segunda-feira, 31 de outubro de 2022

terça-feira, 25 de outubro de 2022

A POESIA SUA








A primeira vez que eu li
uma poesia sua
foi na sua face
de mistério e chamas
        _e a imaginação
  sem regras ou rima
a matéria-prima
que teceu pra mim
          _o laço aceso
      que me inflama.

Maria Lucia (Centelha)


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

SUA MÚSICA


                 Arquivo pessoal da autora 



nada é tão bem-vindo quanto
essa música, carícia
que a cadência do vento traz
roçando os sentidos 
espelhada 
na voracidade das palavras
desafia o tempo
corta a distância
sumo doce capaz 
de se fazer 
meu sonoro suprimento.

então, eu rogo: 
- não cesse de soar
aos meus ouvidos!


Maria Lucia (Centelha)

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

SOLITUDE

 



no prelúdio da manhã
viaja em silencio interior
sua voluntária reclusão
completa é a sua quietude 
não há estopim 
que lhe deflague explosão
de lhe arrancar do eixo
de provocar assombro
de incendiar seu corpo

tudo suspenso, por ora...

verbetes de fogo
uma poesia airada
cruzaram os espaços
para a trilha onde havia
um desejo camuflado
e se precipita nessa ilha
onde a antiga solitude
não encontra mais lugar...

Maria Lucia (Centelha) 

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

INSTINTO




ao lado, rente ao meu olhar
um corpo incasto e nu 
madruga despido de urgências
lânguido de "alegrias"
a uma distância
que não se mede
observo e aspiro
a pele maculada
desejos soltos
desses que alucinam...

ao sugar a fonte
enquanto me bebia
puro instinto
contudo
quanto crê que me domina 
nada sabe 
do que eu sinto...


Maria Lucia (Centelha)

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

O LOBO E A FERA



dos lábios aos quadris 
dos olhos às pernas

na pélvis o pouso do olhar 
mais demorado...

o lobo, faminto 
flameja volúpias
mira a presa e saliva
o próprio instinto...

mas, espera 
intui que há ali  
uma propensão ao gozo
hesita entre avançar ou fugir
dessa tentadora fera...


Maria Lucia ( Centelha)


segunda-feira, 3 de outubro de 2022

O VERBO




o verbo amar passa
e se insinua na pele 
dos meus versos
acaricia as palavras
roça seus significados
e se agarrra a elas
como se fosse hera...

morde seus vocábulos
alicia uma metáfora 
sem pudor 
que ( pressinto) se entregará a ele...

sinto...  ja se lhe rendeu 
uma emoção se avizinha
gotejante de amor
porque antes de mais nada
todo esse enredo 
sou eu ! 

Maria Lucia ( Centelha)