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quarta-feira, 27 de abril de 2022

UM VERSO SÓ

 



O poema de um verso só
irrompeu um desatinado "eu  te amo"
com a força que em mim cabia.

No cerne da palavra o amor
centelha que refulgia

ganhou o afago de um beijo e voou
para além da linha!

Maria Lucia ( Centelha) 


                   

segunda-feira, 25 de abril de 2022

DESASSOSSEGO DO POETA

 


Queria te compreender a alma, poeta. Conhecer a desmedida ânsia de amar em que te moves. Vislumbrar, ao menos, o mundo onde habita a tua alma inquieta. Pudesse humanizar o divino que existe em tua veia pulsante, trazer-te para o chão um só instante, para ouvir de perto a cítara que vibra em teu coração.

Sondar-te-ia os arcanos insondáveis no sagrado momento em que recolhes do cotidiano os rastros de sorrisos e de lágrimas, retalhos anônimos de faces sem nomes, pra compor os teus poemas canções, por que me parece que pressinto ondas de emoção que carregas em segredo, misto de prazer e medo sob o véu do teu aconchego...

Escravo e senhor, dominado e dominador, assim é, o teu universo em desassossego, poesia destravada, de incoerência e paixão, labareda atirada à esmo, capaz de incendiar o mundo de fora tão cheio de ti mesmo.

Maria Lucia (Centelha)


quarta-feira, 20 de abril de 2022

SEM PALAVRAS




tracejo e desenho 
do imaginário em brasa
com dedos despudorados
encarnada cena
que não se dissolve
permanece...

a palavra desejada, onde?

              ave movida à paixão
                             se aquieta
             pousa sob a pálpebra
                     torna- se silêncio
                            e adormece.


Maria Lucia (Centelha)








segunda-feira, 18 de abril de 2022

DESPERTA






Das minhas andanças  trouxe na bagagem o perfume das flores, das ruas movimentadas, as cores, das gentes sem nomes e sem rostos imagens nubladas e seus odores.
Caminhante eu sou, aquela que acredita que é no caminhar que se encontra um novo caminho pra trilhar...
A poeira nos pés denuncia o meu antigo elo com a terra quando semeava sem pensar na colheita futura porque sabia que ela viria por outras mãos, rarefeita...
Só detive o passo para apreciar os botões de rosas que desabrochavam despretensiosos rente às crianças que brincavam cheias de vida. Guardo esse olhar.
Continuo na minha solidão de caminhante, porém, sinto-me agora, muito mais desperta, que antes.

Maria Lucia (Centelha)
 

sexta-feira, 15 de abril de 2022

ABRE-SE UM NOVO CICLO




Mais um ciclo, entre tantos, hoje se encerra, e que tão rapido se esvaiu nas dobras das horas, disfarçados nos detalhes do dia...  

De acordo com o calendário, é Outono. Tempo seco e quente, que a minha Ribeirão Preto apresenta nesse período. 

O ciclo que se encerra esse ano está bem diferente dos dois anteriores, de  pandemia, restrições, pessoas amadas e desconhecidas partindo daqui para outro plano de vida. 

Pulsa no peito um grande desejo:   que prevaleça o  Bem, a Liberdade e o Progresso no Brasil, se estendendo   pelo mundo afora, como exemplo e referência. 

Que esse próximo ciclo que se abrirá na minha vida   reacenda grande  chama  — com o combustível do amor, do bom humor, sorriso fácil, otimismo, fé/confiança nas Leis Supremas do Universo. 

Pode ser que amanhã, minha intuição esteja iluminada, e minha vocação pra ser feliz prevaleça e se fortaleça , afinal, devo dar Graças aos Céus. Em meus aniversários em tantos anos nunca faltaram os tantos beijos e abraços e votos de felicidade, e parabéns que eu recebo de familiares e amigos, e também os da virtualidade tão real e verdadeira que será impossível não se confirmar como espero, dias muito melhores , e  vou sorrir e ser feliz mais uma vez. 

Feliz Aniversário pra mim!!


Maria Lucia

domingo, 10 de abril de 2022

MANANCIAL DE SILÊNCIOS





nessa lua de agora que entope meus olhos de prata
há uma conspiração ao meu desejo:
- estancar meu manancial de silêncios

crucial é o sentimento que me rasga o véu
e rouba o clarão dos meus olhos
de buscar alguém mergulhado em outra realidade 
longe, nos desvãos da minha loucura 
da imaginação do meu céu...

em cismas, te vejo transbordar, oh, Lua 
ou seria o meu olhar ?
vês que há mais lamento que pétalas de ternura
mais aspereza que mel na concha da minha mão? 


Maria Lucia (Centelha)

sexta-feira, 8 de abril de 2022

EMOÇÃO ADIADA



na urgência desses dias finitos
por trás da porta fechada
perco o fôlego e o rumo
no fio da navalha afiada

sofro de ausências
do riso alto, solto,
sem compromisso
da conversa animada
nos meus pés ritmados
a musica cadenciada ...

na urgência desses dias
flutua uma lembrança infinita
folhas secas derrubadas
nesse outono sem dono
há uma emoção adiada...

Maria Lucia (Centelha)

segunda-feira, 4 de abril de 2022

SÉTIMO SENTIDO

 





queria flo-res-cer atada
a um caule rijo
carnívoro a atrair
enlaçar e sugar 
que libere seiva vital
pra regar pétalas abertas
e um arfar em uníssono
pra arrancar um gemido...
  
gerar um instante
um instante apenas
real ou irreal
para o tempo de ouvir 
o seu grito
uivar ancestral 
- o seu sétimo sentido.


Maria Lucia (Centelha) 


 

 

 


sexta-feira, 1 de abril de 2022

SOL À PINO




o que dizes caracol sem concha
sob uma chuva sem gotas
e um céu a pino
da essência da escrita do outro
sem ressacas nas palavras?

e o que tu bebes com sofreguidão
do outro lado da lua
ou do outro lado do ribeirão?

vírgulas, reticências, aqui e ali,
é o que tão só tu fisgas
deitada no teu quarto
desnudas das palavras?

Deixai as asas abertas
como as antenas dos insetos
neste sol a pino
que permeia o teu olhar.



Autor: José Carlos Sant Anna. 

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A partir dessa data, 01 de Abril, 2022, publicarei, comentários poéticos dos amigos que passam por aqui, carinhosamente e semeiam sementes em forma de pensamento, uma frase, uma quadra, uma poesia....
Um meio de valorizar as pérolas literárias que muitos deixam nos comentários. 

Beijos doces.